Só o Espírito Santo “pode suscitar a diversidade, a pluralidade, a
multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade”, disse Francisco
Na Festa de Pentecostes, celebrada neste domingo, 19, o
Papa Francisco presidiu uma Missa na Praça de São Pedro, no Vaticano, na
presença de representantes de movimentos e novas comunidades.
O Santo Padre destacou que a liturgia
de hoje é uma grande súplica, que a Igreja juntamente com Jesus eleva ao Pai,
para que se renove a efusão do Espírito Santo.
E ressaltou três palavras relacionadas à ação do Espírito:
novidade, harmonia e missão.
Francisco comentou que a novidade sempre
nos causa um pouco de receio, porque nos sentimos mais seguros com aquilo que
já conhecemos, que é possível programar e controlar. Segundo ele, muitas vezes,
também agimos assim quando se trata de Deus. “Seguimo-Lo e acolhemo-Lo, mas até
um certo ponto; sentimos dificuldade em abandonar-nos a Ele com plena
confiança”, disse.
Entretanto, explicou o Papa, em toda
a história da salvação, quando Deus se revela, Ele sempre traz novidade, e pede
que confiemos totalmente Nele. “Estamos abertos às ‘surpresas de Deus’?”,
questionou Francisco, ou estamos fechados, com medo, à novidade do Espirito
Santo?
“O Espírito Santo é
a alma da missão”, é Ele que impulsiona a Igreja, que faz os fiéis entrarem no
“mistério do Deus vivo, disse o Papa.
O Papa afirmou que “a novidade que Deus traz à nossa vida
é verdadeiramente o que nos realiza, o que nos dá a verdadeira alegria, a
verdadeira serenidade, porque Deus nos ama e quer apenas o nosso bem”.
A segunda palavra é a “harmonia”.
Francisco explicou que, a primeira vista, o Espírito Santo parece criar
desordem na Igreja, por trazer a diversidade de dons e carismas, mas isso não é
verdade. “Sob a sua ação, tudo isso é uma grande riqueza, porque o Espírito
Santo é o Espírito de unidade, que não significa uniformidade, mas a recondução
do todo à harmonia”, afirmou.
O Santo Padre falou ainda que se
tentarmos fazer a diversidade ou a unidade sem o Espírito Santo, acabamos
trazendo a divisão ou a homogeinização. “Se, pelo contrário, nos deixamos guiar
pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca dão origem ao
conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja”.
“Só Ele pode suscitar a diversidade,
a pluralidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade”, afirmou
o Pontífice.
Por fim, o Papa refletiu sobre a
terceira palavra: “missão”.
Francisco explicou que “o Espírito
Santo é a alma da missão”, é Ele que impulsiona a Igreja, que faz os fiéis
entrarem no “mistério do Deus vivo” e os impele a abrir as portas e sair para
anunciar e testemunhar a “vida boa do Evangelho”, comunicar a “alegria da fé, do
encontro com Cristo”.
O Santo Padre disse ainda que o
Pentecostes ocorrido no Cenáculo em Jerusalém, há quase dois mil anos, não é um
fato distante, mas um acontecimento que “nos alcança e se torna experiência
viva em cada um de nós”.
“O Espírito Santo é o dom por
excelência de Cristo ressuscitado aos seus Apóstolos, mas Ele quer que chegue a
todos”, enfatizou Francisco.
E concluiu afirmando que, também
hoje, a Igreja o invoca juntamente com Maria: “Vinde, Espírito Santo, enchei os
corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”!