quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Estilistas se inspiram na cultura africana para produzir moda no Brasil

Uma coleção inspirada na influência dos negros na moda. O desfile foi de uma famosa marca brasileira. Tecidos soltos, estampas coloridas, e na passarela, modelos negros. Em passarelas de todo o mundo, também desfila Indira Carvalho, 21 anos, 1,85 de altura, 54 quilos. Foi descoberta em um concurso de beleza e virou modelo. Como chegar lá? Ela diz que é preciso mostrar personalidade. O modelo Ramirez Allender cursava administração. Depois de uma foto aqui, outra ali, um desfile, hoje ele sobrevive da profissão. “Alguns clientes que tinham uma barreira contra a cor da pele, eles não têm mais isso, porque isso aí é coisa do passado”.

O mundo fashion também seduziu Diane. Ela é produtora de moda. O caminho foi escolhido por causa da atração que tem por roupas e acessórios. Tanto no trabalho quanto na produção do próprio figurino, segue uma linha. "Quando a gente fala em democratização da moda, é muito nesse sentido que as pessoas têm que observar: como eu sou? O que eu gosto de vestir? Eu gosto sempre de estar reinventando o meu estilo, geralmente eu gosto de coisas grandes, maxi acessórios, maxi bijus, maxi estampas", diz.

É uma questão de estilo, de escolha, é moda. Moda que também pode mostrar que a ligação com a África continua grande sim. São os negros homenageando suas raízes, exibindo mesmo suas origens. Usando o visual para passar uma mensagem. "Gosto de usar roupas com tecidos africanos. Odeio usar bermudinha, não me sinto bem", diz Luciene Pereira, estudante. "Eu adoro usar essas roupas porque lembra a minha cultura africana, eu gosto muito. As roupas, cabelo...", comenta Ana Passos, cabeleireira. As tranças ou os drads surgem das mãos de pessoas como Negra Jhô, que se especializou em cuidar dos cabelos dos negros e de quem quiser adotar esse estilo. “Isso aqui é uma casa étnica, quer dizer que eles vêm à procura da nossa identidade, da nossa energia. E chega aqui e encontra", declara Negra Jhô, cabeleleira.

Energia que também move o traço africano de uma artista plástica há 25 anos. Goya Lopes, além de vender para lojas do Brasil, já exportou para os Estados Unidos. Com seus desenhos, tecidos cheios de estampas, Goya deixa sua marca. "É fundamental para a cultura afro-brasileira que tenhamos referenciais da nossa cultura no vestuário, e não só como existe no carnaval e no candomblé, principalmente no cotidiano, no nosso cotidiano”, afirma.

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